O Guia Prático para Incluir Riscos Psicossociais no seu PGR

Escrito por: Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento Moodar

Com a atualização da NR 1, a gestão de riscos ocupacionais ganhou uma nova camada de complexidade e importância. Não basta mais focar apenas nos riscos físicos e químicos. Agora, é crucial que as empresas olhem para a saúde mental de seus colaboradores e incluam os riscos psicossociais em seus programas de gerenciamento de riscos (PGRs).

Se você é coordenador de RH ou de SSMT, sabe que essa não é uma tarefa simples. A pergunta que não quer calar é: como começar a mapear e gerenciar algo tão subjetivo e, ao mesmo tempo, tão presente no dia a dia das equipes?

Este guia prático foi criado para te ajudar a dar os primeiros passos e garantir que sua empresa esteja em total conformidade.

Passo 1: Compreenda o que é um risco psicossocial

De acordo com o Guia de Fatores Psicossociais do MTE (2024), riscos psicossociais são condições do ambiente e da organização do trabalho que afetam a saúde mental e o bem-estar.

Alguns exemplos comuns incluem:

  • Sobrecarga de trabalho: metas inatingíveis e longas jornadas;
  • Falta de controle sobre as tarefas: pouca autonomia para tomar decisões;
  • Violência e assédio: bullying, assédio moral ou sexual;
  • Conflitos interpessoais: má comunicação e falta de apoio da liderança;
  • Insegurança no emprego: medo de demissão ou incerteza sobre o futuro profissional.

O primeiro passo é identificar quais dessas dimensões existem na sua operação e em quais áreas elas se manifestam com mais força.

Ignorar esses fatores pode levar a quadros de burnout, estresse crônico, depressão e ansiedade, impactando diretamente a produtividade, o clima organizacional e a saúde geral da equipe.

Passo 2: Mapeie percepções e dados

A NR-1 e a NR-17 exigem participação dos trabalhadores no processo de identificação.
Combine métodos qualitativos e quantitativos:

  • Pesquisas de clima e estresse (pesquisa que usa metodologia COPSOQ, da Moodar)
  • Entrevistas ou grupos focais
  • Análise de afastamentos e turnover
  • Relatos em canais de escuta e denúncias

Dica Moodar: quanto mais diversas forem as fontes de dados, mais robusto será o inventário. Utilize pelo menos duas metodologias complementares.

Outras opções:

  • Diálogo aberto: promova rodas de conversa ou entrevistas com líderes e equipes para identificar pontos de pressão.
  • Avaliação do ambiente de trabalho: observe a carga horária, as metas, a autonomia e as ferramentas de comunicação.

Passo 3: Preencha o Inventário de Riscos Ocupacionais (IRO)

O § 5.7.3.2 da NR-1 exige que o inventário contenha seis informações-chave.
Veja como adaptá-las aos riscos psicossociais:

Exemplo de dados e como preencher o IRO

Atenção: é fundamental relacionar o risco a indicadores mensuráveis: volume de atendimentos, horas extras, absenteísmo etc. Isso transforma percepção em dado objetivo.

Passo 4: Classifique o nível de risco (severidade × probabilidade)

Monte uma matriz de risco psicossocial, cruzando:

  • Severidade (impacto sobre a saúde e produtividade)
  • Probabilidade (frequência ou exposição)

Depois de mapear, é hora de avaliar a gravidade e a probabilidade de cada risco. Classifique-os em categorias (alto, médio, baixo) para priorizar as ações. Por exemplo, um alto índice de atestados por burnout indica um risco psicossocial de alta gravidade, que exige atenção imediata.

Entendendo a Matriz de Avaliação de Risco

Para aprofundar a etapa de avaliação e priorização, a matriz de avaliação de risco é uma ferramenta fundamental. Ela permite visualizar e classificar os riscos com base em dois critérios principais: a probabilidade de um evento ocorrer (quão provável é que um colaborador sofra com burnout, por exemplo) e a severidade das suas consequências (quão grave seria o impacto do burnout para o indivíduo e para a empresa). Ao cruzar esses dois eixos, a matriz gera uma pontuação ou classificação que indica quais riscos são mais críticos e exigem atenção prioritária. Para os riscos psicossociais, essa matriz ajuda a traduzir percepções subjetivas em um modelo de priorização objetivo, orientando as ações preventivas e corretivas de forma mais eficaz.

matriz_de_risco_exemplo
Exemplo de uma matriz de risco básica

Priorize riscos 4 e 5 no Plano de Ação do PGR. Esses demandam medidas imediatas, como redistribuição de carga ou capacitação de líderes.

Passo 5: Crie o plano de ação

Com base na avaliação, crie um plano de ação concreto. As medidas podem ser de diferentes naturezas:

  • Medidas organizacionais: revise a distribuição de tarefas, defina metas realistas e promova a flexibilidade.
  • Medidas de capacitação: treine líderes para desenvolverem uma gestão mais empática e apoiarem suas equipes.
  • Medidas de suporte: crie programas de apoio psicológico, workshops sobre gestão do estresse e rodas de conversa.
treinamentos para lideranças riscos psicossociais nr1
A Moodar conta com centenas de palestras, ações e treinamentos para lideranças e liderados.

Passo 6 — Atualize e monitore continuamente

O trabalho não acaba na implementação. Os riscos psicossociais são dinâmicos e precisam de monitoramento contínuo. Revise seu PGR periodicamente, reavalie os riscos e ajuste as ações conforme a necessidade. A coleta de feedback e a análise de novos dados são essenciais para manter o programa relevante e eficaz.

A NR-1 determina que o inventário seja revisado a cada dois anos ou sempre que houver:

  • Mudança no processo de trabalho
  • Acidente, quase-acidente ou denúncia
  • Alterações significativas no clima ou na saúde mental

Com tecnologia, esse processo é contínuo.
Plataformas como a Moodar automatizam coletas, atualizam o inventário em tempo real e mantêm o histórico digital por 20 anos, requisito legal e diferencial de governança.

Moodar: Seu Parceiro na Gestão de Riscos Psicossociais

Entendemos que a teoria é uma coisa e a prática é outra. Por isso, na Moodar, oferecemos uma solução completa para ajudar sua empresa a cumprir as exigências da NR 1 e, mais importante, a cuidar genuinamente da saúde mental de seus colaboradores.

Nossa metodologia combina diagnósticos precisos para mapear riscos psicossociais, programas de treinamento e capacitação para líderes e equipes, e plataformas de suporte com acesso a profissionais de saúde mental. A Moodar vai além do cumprimento de normas; nós ajudamos a construir um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e humano.

Quer se aprofundar no assunto e entender como a Moodar pode ajudar sua empresa a incluir riscos psicossociais no PGR de forma eficaz e estratégica?

Agende um papo com um de nossos especialistas e descubra como podemos ser o seu parceiro na construção de um ambiente de trabalho mais saudável.

FAQ

1. Toda empresa precisa incluir riscos psicossociais no PGR?
Sim. A NR-1 obriga que todos os riscos ocupacionais, físicos, químicos, ergonômicos e psicossociais, sejam documentados.

2. Posso usar uma pesquisa de clima simples para cumprir a norma?
Não. É necessário aplicar metodologia reconhecida (como AEP) e transformar resultados em dados do IRO.

3. Qual a periodicidade de atualização do inventário?
No mínimo a cada 2 anos ou sempre que houver mudanças no ambiente ou estrutura de trabalho.

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