
A NR-1 está em todos os fóruns de SST, lives de RH e reuniões de compliance. Mas, entre “ter um documento” e ter um sistema de gestão vivo e auditável, existe um abismo.
Empresas apressadas para “cumprir o prazo” têm produzido PGRs superficiais, com riscos genéricos e planos de ação copiados de modelos prontos. No papel, parece suficiente.
Na prática, é um castelo de areia, desmoronando no primeiro processo trabalhista, na denúncia anônima ou na auditoria do MTE.
E o problema não é apenas legal. É estratégico: o “PGR de fachada” impede a empresa de enxergar o que realmente está custando caro: o adoecimento, o turnover e a perda de performance.
Segundo o Observatório de Saúde e Segurança no Trabalho (SmartLab, 2024):
Cada afastamento custa, em média, R$ 12 mil em substituições e improdutividade.
Multiplique isso por dezenas de colaboradores e você tem um prejuízo que não aparece no DRE, mas corrói a margem de lucro.
O custo de não medir é sempre maior do que o custo de agir.
Vamos destrinchar esses valores com base em jurisprudência recente, guias técnicos e parâmetros de cálculo usados pelo próprio MTE, TRT e advogados trabalhistas especializados em saúde ocupacional.
Mas afinal, quanto custam, em média, as multas? Elas variam conforme o tipo de infração e o porte da empresa. Para descumprimento da NR-1 (documentação, monitoramento ou inventário de riscos), a base é a Portaria MTP nº 667/2021, atualizada pela Portaria 1.486/2024.

Na prática, uma empresa média pode acumular de R$ 20 a R$ 60 mil em multas administrativas por falhas múltiplas de PGR psicossocial.
Além das penalidades formais, há custos invisíveis, que o RH sente na prática:
Um inventário mal feito deixa a empresa vulnerável a processos por negligência na prevenção. Faltam evidências de exposição, grupos vulneráveis e medidas de controle. Em uma perícia judicial, a ausência desses dados é interpretada como omissão.
Um dos erros mais comuns na adequação à NR-1 é tratar a avaliação de riscos psicossociais como uma pesquisa de clima ampliada. Mas a norma exige muito mais do que “opiniões”. Pede dados técnicos e comparáveis, obtidos por meio de metodologias reconhecidas cientificamente.
O COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire) é o questionário psicossocial mais usado no mundo para medir fatores de risco relacionados à organização do trabalho.
Criado pelo National Research Centre for the Working Environment (NRCWE) da Dinamarca, ele é amplamente adotado por universidades, governos e empresas de SST na Europa, no Canadá e na América Latina.
O instrumento avalia mais de 25 dimensões psicossociais, entre elas:
Esses fatores são cruzados para gerar um perfil de risco organizacional, permitindo comparar setores, equipes e funções com base em dados objetivos.
Em vez de medir “clima”, o COPSOQ mede “condições psicossociais de risco” o que a NR-1 exige de fato.

O GRO é regido pelo ciclo PDCA, de melhoria contínua. Mudanças de liderança, metas e volume de trabalho alteram o risco psicossocial a cada trimestre.
Consequência: A ausência de histórico impede de comprovar evolução e cada auditoria perdida significa tempo, desgaste e imagem prejudicada.
Em muitas empresas, o PGR fica no SESMT, o canal de denúncias no RH e as defesas no Jurídico. Três mundos que não conversam. Essa fragmentação gera inconsistência documental e decisões lentas, que custam caro.
Uma consultoria isolada pode cobrar R$ 30 mil/ano apenas para “ajustar dados” que uma plataforma integrada (como a Moodar) resolveria automaticamente.
O risco psicossocial nasce na rotina, não na planilha. Sem líderes treinados para reconhecer sinais de sobrecarga, o problema é invisível, até se tornar crônico. Treinar 100 líderes custa menos do que um único afastamento de gerente por esgotamento.
A nova NR-1 exige que a comunicação de riscos seja permanente. A liderança é parte da prevenção, não da burocracia.
O custo de um PGR incompleto é composto por quatro variáveis:
Enquanto isso, o investimento em conformidade (treinamento, tecnologia, monitoramento) é mensal, previsível e dedutível. O primeiro é despesa. O segundo é ativo estratégico.
Empresas que cumprirem esses cinco pontos não apenas evitam multas, elas passam a ser referência em compliance e ESG.
Empresas que tratam a NR-1 como um checklist estão perdendo dinheiro. Empresas que tratam como estratégia estão ganhando vantagem competitiva. A diferença entre as duas está em como elas documentam, medem e agem. E isso só é possível com um sistema vivo: tecnológico, rastreável e centrado em pessoas.
Conheça o Módulo de Gestão de Riscos Psicossociais da Moodar:
1. O que acontece se a empresa tiver um PGR incompleto?
Ela pode sofrer autuação, multa e responsabilização civil por negligência em riscos psicossociais.
2. O MTE já fiscaliza riscos psicossociais?
Sim. Desde a Portaria 1.419/2024, os auditores exigem documentação que comprove a avaliação e o controle desses riscos. Oficialmente, a adequação só é obrigatória a partir de 2026.
3. Planilhas simples cumprem a NR-1?
Não. É preciso metodologia reconhecida, rastreabilidade e atualização contínua.