Depressão pós parto ou Baby Blues: são a mesma coisa?

Escrito por: Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento Moodar

Entendendo o papel de suporte que a sua empresa pode exercer para as mulheres que enfrentam dificuldades em fase de pós maternidade

O que a sua empresa tem a ver com o maternar?

A gestão de recursos humanos e as lideranças enfrentam constantes desafios, e um deles está diretamente relacionado à maternidade de suas colaboradoras. Apesar de parecer distante da rotina, é crucial que as empresas estejam atentas em valorizar e apoiar as mulheres em todas as fases de suas vidas, incluindo a jornada da maternidade, reconhecendo que a gravidez pode impactar não apenas a vida pessoal, mas também a dinâmica profissional.

Para isso, o papel da empresa vai muito além de simplesmente cumprir obrigações legais; deve envolver a sensibilidade às necessidades das colaboradoras, oferecendo um suporte personalizado que leve em conta as circunstâncias biopsicossocioculturais. A humanização nesse contexto significa tratar cada mãe como uma pessoa única, reconhecendo as diferentes realidades que enfrentam, especialmente quando se tratam de dificuldades emocionais.

Durante a fase pós-parto, por exemplo, é frequente que as mulheres enfrentem uma redução nos níveis hormonais e experimentem uma diminuição no humor, o que está associado ao conhecido "baby blues". Entretanto, em situações mais sérias, essas condições podem desencadear transtornos mais graves, como a depressão pós-parto.

Considerando esse contexto, é imperativo que a empresa esteja pronta e vigilante para lidar com cada uma dessas situações. Apesar de ser comum associarmos a maternidade exclusivamente à felicidade, é crucial cultivar a sensibilidade para agir diante das circunstâncias contrárias, nas quais o pós-parto, na prática, não é recebido de maneira positiva pela mulher.

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Puerpério: a dualidade da maternidade e o lado não tão doce

Os meses iniciais após o parto representam um período de mudanças profundas e desafios significativos para as mães. A chegada de um novo membro à família traz consigo uma série de transformações físicas, emocionais e no estilo de vida. A privação de sono, as exigências constantes do cuidado com o recém-nascido e as flutuações hormonais podem criar um ambiente emocionalmente desafiador. Muitas mães se vêem lidando com a adaptação a uma nova rotina, enquanto tentam equilibrar as demandas de um bebê com suas próprias necessidades pessoais.

A transição de volta ao trabalho após o parto é particularmente desafiadora para muitas mães. A pressão para conciliar as responsabilidades profissionais com as demandas contínuas da maternidade pode ser esmagadora. O sentimento de culpa ao deixar o bebê para retornar ao ambiente de trabalho, juntamente com as possíveis dificuldades em manter um equilíbrio saudável, adiciona uma camada adicional de estresse.

Esses desafios aumentam os riscos de condições como a depressão pós-parto e o baby blues. A pressão social para se adaptar rapidamente ao papel de mãe ideal, juntamente com as alterações hormonais e o impacto significativo nas horas de sono, podem contribuir para o desenvolvimento dessas condições.

A falta de compreensão e apoio adequado durante esse período crítico pode agravar os riscos, destacando a necessidade de um acompanhamento atento da saúde mental materna e a promoção de ambientes que incentivem o diálogo aberto e a busca por ajuda profissional quando necessário.

O baby blues

O baby blues representa um período em que muitas mulheres enfrentam uma montanha-russa emocional. O termo "baby blues" tem origem na expressão em inglês "blues", que é associada a sentimentos de tristeza e melancolia. O "baby blues" é uma condição transitória comum experimentada por algumas mulheres após o parto, caracterizada por uma oscilação emocional que pode incluir sentimentos de tristeza, ansiedade, irritabilidade e choro frequente. 

Imagem de um desenho de uma menina toa azul de óculos bem triste
Personagem tristeza do filme Divertida Mente

Acredita-se que o termo reflete a natureza passageira e muitas vezes autolimitada desses sentimentos, sem denotar uma condição clínica mais grave. O baby blues ou blues puerperal é frequentemente associado às mudanças hormonais significativas que ocorrem após o parto e às adaptações emocionais que as mães passam ao se ajustarem ao novo papel da maternidade.

Este estado emocional transitório geralmente atinge seu ápice alguns dias após o parto, quando as flutuações hormonais são mais pronunciadas. No entanto, é importante destacar que o baby blues não é uma condição de longo prazo.

Na maioria dos casos, esses sentimentos começam a diminuir por conta própria após aproximadamente duas semanas, à medida que o corpo se ajusta às mudanças hormonais e a mãe se adapta à nova dinâmica da maternidade.

A volta da licença maternidade é um momento crucial e pode intensificar ou atenuar os efeitos do baby blues. O retorno ao trabalho pode adicionar pressões adicionais, mas também oferece oportunidades para a mãe retomar aspectos da vida pré-maternidade, proporcionando uma variedade de emoções.

A compreensão e o apoio dos colegas de trabalho, assim como a flexibilidade proporcionada pelo ambiente profissional, desempenham um papel significativo na transição suave durante esse período delicado. 

Embora seus impactos possam ser sentidos durante a volta da licença maternidade, a conscientização sobre a natureza temporária desses sentimentos e a criação de um ambiente de trabalho solidário podem ser passos essenciais para facilitar a transição das mães de volta à vida profissional. Aqui na Moodar, empresas podem encontrar programas específicos para o retorno de mães, sensibilizando times e proporcionando encontros específicos para a discussão do tema.

A depressão pós parto

A depressão pós-parto é uma condição de saúde mental que afeta algumas mulheres após o parto. Diferente do "baby blues", que é um fenômeno transitório e comum nos primeiros dias ou semanas após o parto, a depressão pós-parto é mais intensa, persistente e pode ter um impacto significativo na vida da mãe e no desenvolvimento do bebê.

Essa condição é caracterizada por sentimentos profundos de tristeza, desesperança, fadiga extrema, falta de interesse nas atividades cotidianas, dificuldades de concentração e alterações no sono e apetite. A depressão pós-parto pode começar nas primeiras semanas após o parto, mas também pode se manifestar mais tardiamente, até mesmo vários meses depois.

As causas da depressão pós-parto são multifatoriais, envolvendo uma combinação de fatores hormonais, genéticos, psicológicos e ambientais. As mudanças hormonais bruscas que ocorrem durante a gravidez e após o parto desempenham um papel significativo, mas outros elementos, como histórico de saúde mental, suporte social, estresse e eventos de vida, também contribuem para o desenvolvimento da condição.

É crucial reconhecer os sintomas da depressão pós-parto precocemente, uma vez que pode afetar não apenas o bem-estar da mãe, mas também o relacionamento com o bebê e outros membros da família. O tratamento geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, que pode incluir terapia, medicamentos, suporte social e mudanças no estilo de vida.

O que a empresa pode fazer

A conscientização sobre a depressão pós-parto é fundamental para promover um ambiente de compreensão e apoio às mães que enfrentam essa condição. O estigma associado à saúde mental materna deve ser combatido, incentivando um diálogo aberto e garantindo que as mães sintam-se à vontade para procurar ajuda profissional quando necessário.

A atenção da empresa aos casos de depressão pós-parto é crucial, dado que essa condição pode ter implicações significativas na vida profissional e pessoal das mulheres. Diferentemente do "baby blues", a depressão pós-parto é uma condição mais séria e duradoura, podendo persistir por semanas, meses ou até mesmo mais tempo. Portanto, a volta ao trabalho pode se tornar um desafio adicional para as mães que enfrentam essa condição.

Ao estar atenta a casos de depressão pós-parto, a empresa demonstra um compromisso com a saúde mental de suas colaboradoras, reconhecendo que o suporte emocional é fundamental para o bem-estar geral. Uma mulher que retorna ao trabalho enquanto enfrenta a depressão pós-parto pode encontrar dificuldades em cumprir tarefas diárias, manter o foco e lidar com o estresse profissional.

Nesse sentido, torna-se essencial que, para além da conscientização e psicoeducação da equipe, a empresa invista em apoio por meio de benefícios específicos e treinamento para a equipe que reintegrará essa mãe ao ambiente de trabalho; isso pode incluir a oferta de licenças maternidade flexíveis, programas de retorno gradual ao trabalho, e a criação de espaços de amamentação e apoio psicológico. 

Em conclusão, promover um ambiente de trabalho seguro e acolhedor para as mães que enfrentam desafios pós-parto é uma responsabilidade essencial para os recursos humanos e as lideranças de uma empresa. Ao adotar medidas proativas, a empresa não apenas demonstra sensibilidade para com as necessidades específicas das colaboradoras, mas também se posiciona como uma aliada efetiva nas causas de diversidade e inclusão.

Além disso, é crucial reconhecer que os desafios pós-parto não se limitam apenas às mães, mas também afetam os pais, e é fundamental oferecer um ambiente de trabalho que acolha e compreenda as experiências de todos. Colaboradores homens que enfrentam desafios relacionados à paternidade, como a depressão pós-parto ou baby blues da parceira, também necessitam de apoio e compreensão.

As lideranças têm um impacto direto na cultura organizacional e na experiência individual dos colaboradores. Ao demonstrar empatia, flexibilidade e compreensão, os líderes contribuem para a criação de um ambiente onde as mães se sentem apoiadas e valorizadas. Isso pode envolver a criação de uma cultura que valoriza a vida fora do trabalho, demonstrando cuidado e encorajando o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Em última análise, ao adotar práticas e políticas que apoiam as mães no ambiente de trabalho, a empresa não apenas cria um espaço mais seguro e acolhedor, mas também se destaca como uma organização comprometida com a integridade e cuidado das mulheres que ali trabalham. Essa abordagem não apenas fortalece as relações com os funcionários, mas contribui para a construção de uma cultura corporativa mais resiliente, inovadora e verdadeiramente inclusiva.

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